Um crime, um time, Um batuque todo dia A massa, a raça No repique fantasia Sob a lona do silêncio o bóia-fria Qual grito preso na garganta da miséria Lá vai a fome, vai a crença, vai coragem Há o milagre de promessas no passivo Que na esmola do mendigo faz-se ativo, Qual esperança da espera acabar E para sempre a violência terminar Esta fumaça lacrimeja o verde espaço E a moto-cerra cala a boca da floresta Lá vai palavra, vai imagem, vai o homem, Que mata o índio e mata a fauna que ainda resta E corre a bola no gramado da nação Um pé descalço, um calçado na ilusão Um tamborim esconde o pranto do povão É futebol, é carnaval em procissão