De manhãzinha, quando o sol se levantava Meu velho pai se aprumava para o fogão acender De boina preta, já com a faca na cintura Metia um trago de pura pro seu peito aquecer De mate pronto ia indo porta a fora Pra calçar suas espora debaixo de um cambuí Carneava porco, dos cavalo ele cuidava E já cedo o mel tirava das abelha jataí Eu piá pequeno, me escondia pelos canto Meio escorado nos banco só pra ver meu pai lidar Não tinha medo, mas a tal necessidade Me ensinou que cedo ou tarde eu teria que ajudar (Nas paletas de um gaúcho, casca grossa de valor Pude sentir todo amor que meu pai pôde me dar No silêncio do meu peito há um galope de vazio Nem na barranca do rio eu consigo cabrestear) E fui crescendo, me tornei um homem forte Desde cedo vi a morte invadindo nosso lar Meu pai querido, gaúcho velho e valente Mesmo sem a mãe com agente protegeu o nosso lar Essa coragem eu passei para meu filho Que já segue o mesmo trilho e só posso me orgulhar Mas no meu peito com aperto e carência Sempre senti a ausência de uma mãe pra me abraçar