Vamos, moçada, dançar um xote largado Arrodeado pros dois lado na sala do CTG Comer costela assada em lenha na vala Tradição que me regala este jeito de viver Encilha o pingo, emala o poncho no arreio Mesmo com o tempo feio, a tropa tem que seguir Leva, na guampa, uma pura de alambique Se acaso tu ficar triste, leva um trago pra esquecer Pra quem não teve uma vida na campanha O coração não estranha e nem forte pega a bater Mas, prum campeiro que se embretou na cidade Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver Pra quem não teve uma vida na campanha O coração não estranha e nem forte pega a bater Mas, prum campeiro que se embretou na cidade Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver Jogar um truco, tentear a sorte no osso Se aprende, logo de moço, a forma de se entreter Correr carreira em pelo numa Gateada É tudo que precisava, no domingo, acontecer Beber apojo ordenhado no galpão Quem já fez, sabe o que é bom, nem é preciso dizer Comer canjica numa guampa de coalhada Num pampa branco de geada, num bonito amanhecer Pra quem não teve uma vida na campanha O coração não estranha e nem forte pega a bater Mas, prum campeiro que se embretou na cidade Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver Pra quem não teve uma vida na campanha O coração não estranha e nem forte pega a bater Mas, prum campeiro que se embretou na cidade Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver Hoje, distante, relembra a velha morada O canto da passarada quando chega o alvorecer Mateia triste sonhando com o galpão O pai-de-fogo e o Alazão e o campo p'a recorrer Todo campeiro que se ilude c'o a cidade Sofre uma barbaridade, é como um potro bagual Aceita arreios e o freio da saudade Mas a sua liberdade é uma coisa desigual Pra quem não teve uma vida na campanha O coração não estranha e nem forte pega a bater Mas, prum campeiro que se embretou na cidade Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver Pra quem não teve uma vida na campanha O coração não estranha e nem forte pega a bater Mas, prum campeiro que se embretou na cidade Hoje, é escravo da saudade no seu jeito de viver