Sou camaleão Sou transformação em transformação Tento caminhar entre e ar e o ar Entre o vão e o vão Se eu não me encontrar Vou continuar sem chegar ao fim Sonho em acordar Na tribo que há entre o eu e o mim E no círculo sagrado que haverá Sem cachimbo da paz e sem cauim O reverso das mil portas se abrirá Vou me encontrar enfim Tudo que vivemos É tudo que temos Não vou esquecer Eu sou meus próprios passos Escrevo em meu espaço O que quero ler Pouso sem escala Sou o mestre sala E a porta bandeira Eu que fui Portela Hoje não sou dela Mas não sou Mangueira Tenho novos planos Tento novos fumos Voo sem cheirar Parto pelo mundo Aborto profundo Porto de além mar Corcunda de Notre Dame Cyrano de bergerac Macunaíma, sei lá Eu sei que eu tenho fome De saber meu nome Saber meu lugar