Paulo César Pinheiro

Vento Bravo

Paulo César Pinheiro


Era um cerco bravo, era um palmeiral, 
Limite do escravo entre o bem e o mal 
Era a lei da coroa imperial 
Calmaria negra de pantanal 
Mas o vento vira e do vendaval 
Surge o vento bravo, o vento bravo 

Era argola, ferro, chibata e pau 
Era a morte, o medo, o rancor e o mal 
Era a lei da Coroa Imperial 
Calmaria negra de pantanal 
Mas o tempo muda e do temporal 
Surge o vento bravo, o vento bravo 

Como um sangue novo 
Como um grito no ar 
Correnteza de rio 
Que não vai se acalmar 
Se acalmar 

Vento virador no clarão do mar 
Vem sem raça e cor, quem viver verá 
Vindo a viração vai se anunciar 
Na sua voragem, quem vai ficar 
Quando a palma verde se avermelhar 
É o vento bravo 
O vento bravo 

Como um sangue novo 
Como um grito no ar 
Correnteza de rio 
Que não vai se acalmar 
Que não vai se acalmar 
Que não vai se acalmar 
Que não vai se acalmar 
Que não vai se acalmar.