Ijexá chamou sinhá, logunedé, oya Vim de lá, em barco, em par, discípulo de obá Olokun, yorubá, tupi, itaipu, latim, cocar “Sambaquilombo” altar, eu vi tu fincou rente ao mar Passam são pela avenida cavalos de aço lírios de algodão Doce luar de são todos astro rei de fogo que me deu a mão E eu nem te contei Das marionetes, presas as manchetes Do ontem hoje longe quando agora tudo ao sempre voltará Novos povos jazem vivos fetos clãs antigos breves ancestrais Lábios hordas naus cantigas mares escondidos pelos litorais E eu nem te contei Das caminhonetes, ontem só charretes O tempo urge engole e cospe tudo em decibéis Tudo vai acabar, tudo vai acabar Tudo vai acabar, mas eu te peço, fica, fica, fica Tudo vai acabar, tudo vai acabar Tudo vai acabar, mas eu te peço, fica, fica, fica Cafézinhos bravos filhos hábitos estilos telhas tão iguais Bares beiram livrarias viram drogarias, telas, catedrais E eu nem te contei Dos vídeo-cassetes, dos vinis, disquetes Dos cd’s, blu-rays e todo resto que virá ao fim Nossos corpos são abismos escondem-se em modismos só pra ninguém ver Que a vida é uma festa, a pétala que resta, ayaya, bakuê E eu nem te contei Do senil burguês, filho do camponês Que hoje bebe, goza e ceia com pau, mas do rei Tudo vai acabar, tudo vai acabar Tudo vai acabar, mas eu te peço fica, fica Tudo vai acabar, tudo vai acabar Tudo vai acabar, mas eu te peço fica, fica Comigo, enquanto a gente durar