Em noite de escuro parece uma escuna Em noite enluada parece um navio Caboclo é que sabe que aquilo é boiúna É paranamaia, é a dona do rio De um coito no mato, ao pé de uma imbuia De icamiaba com coisa-ruim Nasceu a mãe-dágua da raça tapuia Parida mei-cobra, mei-cunhantaim Inchou de tamanho, largando das matas Foi serpenteado capins e sapés Seu corpo arrastando cavou cataratas Criando os contornos dos igarapés Nas águas mais fundas fez sua morada Foi sendo chamada de sucuriju Jibóia, anaconda, de cobra-encantada Cainana, norato, boibi, boiaçú Tem olho de tocha que à noite alumia Criando visagens pelo rio-mar O olho de fogo da cobra-maria Deixa mundiado quem vê seu olhar Pajé diz coitado daquele que ande Em lua de assombro, a querer vadiar Acaba engolido pela cobra-grande Na beira do rio, duvida? Vai lá