Se fossem flores todas as espadas E assim os homens andassem floridos Se os gemidos virassem sorrisos Minha canção não teria sentido Mas sendo a chuva a cair dos olhos Maior que a chuva a molhar o trigo No horizonte só se vê brotar o perigo Se fosse fácil que a felicidade Nos visitasse como a opressão Talvez viesse numa luz do espaço E ofuscasse a nossa visão Se fosse a morte nada mais que um passo Talvez o homem fosse mais sensato E olhasse por detrás do muro os atos Eu quero juntar minhas mãos Num ato de fé A esquerda e a direita unidas No mesmo rosário E pedir que os gigantes se amem Como simples homens E diante do amor não me julguem Revolucionário Se fossem retas todas as estradas E todos seguissem o mesmo caminho Não se veria mais pelos jornais Tantas cabeças cravadas de espinhos Se fossem pães que os aviões soltassem Matando a fome em poucos segundos As explosões espalhariam Migalhas ao mundo