Eu vou No passo torto de ser À margem de qualquer chão Pedaço de bem querer Hiato do sim do não E quando a perna tremer E as placas disserem não E a massa se recolher A vida não para, eu vou Eu vou Pro próximo bem-me-quer Pra próxima encarnação Pra onde o corpo puder Pra onde a lei não chegou Nos braços de outro prazer Nas coxas da solidão Eu vejo o dia nascer E a vida renasce, eu vou Eu vou Eu bem podia querer Eu faço, quem sabe, eu vou Não sei se mal faço o quê Eu canto pra ser melhor Eu canto pra amanhecer Pra rua se levantar E o nó no peito ceder E o canto multiplicar