A velha da minha vila Vigia pela janela Se alguém sobe no muro Morre de medo dela A velha da minha vila Vestida de seda antiga Não vê que a vida não volta Mas vive em volta da vida A velha da minha vila Da cabeça de algodão Só pensa que o não é sim Dizendo sempre que não A velha da minha vila Só fala da vida alheia Não sei se ela foi bonita Me olhando de cara feia A velha da minha vila Tem um rosto de saudade Que acorda cedo e que ainda Guarda um gosto de felicidade De poder vir à janela De brigar por vaidade De quem tem como ela