Paulinho Leite

Não brinque comigo

Paulinho Leite


A garapa que eu vou lhe servi é amargosa
o machado que eu vou lhe aranjar está sem gume
o jardim que você cultivar não brota rosa
e toda flor que você for colher não tem perfume
O seu castelo de sonho e de orgulho está ruindo
sua cacimba de água potável está secando
seu horizonte de sol tão luzente está sumindo
o seu pomar de frutinha gostosa está murchando
Eu não quero mais
eu não quero mais
eun não quero mais arengar com você
eu não quero mais
Seu caruru tá faltando quiabo, está sem gosto
seu vatapá tem azeite demais, não tá prestando
o seu pandeiro perdeu o chuá, está sem som
sua viola quebrou o bordão, não tá tocando
Sua mulher vai simbora com outro mês que vem
o seu roçado acabou, a lavoura é só capim
a cigana que leu sua mão lhe enganou
você está longe de ser cantador igual a mim