Sementeira das paixões Paulinho leite / abdias campos Eu vi a semente que fere a ferida Tangida e julgada pelo olho do mundo Vi um elo partido perdido Nadando contra a corrente desse mar Foi no chicote o açoite Nos ombros de quem sonhou Pela palavra que sangra Da boca de quem cantou Acho que a gente que sente O mergulho profundo no corpo das águas Sabe que a mágua esfria Na noite soturna e sem luar Ao derredor do gigante Quem antes calava falou E a muralha erguida Com o tempo ao chão se lançou É melhor viver, voar Ser um pássaro cantor Abrindo as nossas asas Pelo seu amor