Vou contar só uma história Pra conversa não alongar De uma moça condenada Que não tinha onde morar Aqui, num grande sertão Onde o mundo faz verão Com caatinga, terra, mar Menina-moça bonita Vitimada no lugar Foi crescendo em terra virgem Bem mais cedo foi amar Na terra do mal-me-quer Conheceu o que era homem Sem tempo de ser mulher E Maria do sertão Filha de um pai sem nome Nunca teve profissão Que pudesse honrar o nome Matava a sede dos homens Matava a sede e a fome Desse mundo de verão Nas estradas escolhidas Pra caronas e noitadas Foi vivendo uma vida Que nem lhe foi ensidada O grande mal desse mundo Não é a pobreza esquecida É uma criança perdida