E é dessa falta de bom senso E é dessa falta de bom senso Que brotam cavalos marinhos Dos descaminhos aparentes Forjo caramanchões e ninhos Meu amor Meu amor E é desse meu desequilíbrio Que nascem brio e fortaleza Nesse provável desengano Desvio a rota da tristeza Meu amor Meu amor E é dessa estúpida altiveza Que minha humanidade avança Deste protótipo de insano Projétil púrpura se lança Meu amor Meu amor E é dessa lúdica retórica Que vem o fundo o denso drama E é dessa lama e desse charco Que o parco encorpa e fluido emana Meu amor Meu amor E é da suposta incoerência Que o verbo fácil proporciona Que surge o caos em prateleiras E o caldo toma substancia E da extrema irreverência E da poética capenga Literatura antológica E claudicante consciência Meu amor Meu amor Surge a doçura da presença Eu ator Eu ator