Lá vai São José, levando sua mulher E um jumentinho já velho Deixou o seu torrão, rendeu o coração À força do evangelho... Enquanto isso eu perco o senso e a direção Em trilhas quase esquecidas do meu coração... Se tento ser quase um soldado Sou bêbado como Noé! Mirando espelhos tão quebrados quanto a minha fé! E olha lá Davi, tocando aqui e ali As ovelhinhas de Jessé... Mas para ser rei, deixou a antiga grei! Matou gigantes por Javeh! Enquanto isso o absurdo é minha lei! Pois quase sempre sou quase sempre o que não sei... Eu perco peso, eu perco sono, E a filha de Jefté Morreu tão virgem quanto a minha chance de vencer! E olhem Daniel a desnudar o véu De babilônicas místicas! Faz sua oração e achou no coração Lógica na metafísica! Mas eu me ocupo do corpo e culpo a situação Por meus temores na noite escura! Treva e trovão! Meu pulso pesa, o pé vacila E a natural timidez Me prende a voz, me turva a vista e eu perco a vez... E lá vai Jesus, nas ruas de Jebus Como quem sabe o caminho... Ao servo e ao capataz, lições de amor e paz A dor e os seus descaminhos... Eu nem me enxergo no túnel onde a luz sumiu! Esmurro a ponta da lança que teu peito abriu! Eu quase sempre... Ás vezes... Nunca! De vez em quando... Talvez... Creia que haja uma saída pra essa insensatez!