um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me contém um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me convém te abraço tanto entro em teus poros e a tua pele não me sustém venço teus nervos te aliso os ossos tua medula penetro bem descasco em gomos a tua alma e a tua aura me diz amem mas eu esqueço o meu próprio nome e o sobrenome que ele tem um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me contém um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me convém rabisco a pauta com semibreves escolho a clave com discrição descasco pausas com o canivete e espalho cordas pela canção ponho saudades nuns acidentes e semifusas dão pulsação mas sou de mim meu desconhecido sigo vassalo da solidão um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me contém um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me convém apago as luzes fecho as janelas acendo incenso pra perfumar descasco logo tuas laranjas te ensino coisas de se dançar uns destinos pra ser de esquerda um p e um t pra te malucar mas de que adianta que eu te esquerdize se eu não consigo me endireitar um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me contém um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me convém apuro o ouro das minhas falas me verbalizo fico atual materializo meu pensamento e este veneno me é fatal me asfixia minha palavra meu ópio minha água mineral mas não me faz ser meu próprio amigo e conhecer meu próprio quintal um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me contém um estrangeiro no mundo inteiro o mundo inteiro não me convém