Venho, impávida e decididamente Neste frenesi, te dizer o meu amor Que nesta mesma noite me matarei E beberei um único cálice de inseticida infalível E morrerei feito um inseto tórpido, em minha clausura Deixarei escrito a batom um bilhete lírico, insólito Talvez um bárbaro soneto intoleravelmente esdrúxulo Magoarei certamente a natureza hipócrita dos homens Ora danem-se Nesta hora, querido, serei uma suicida E não revelarei sequer os meus recônditos equívocos O mistério é meu absoluto segredo inviolável Minha última volúpia de mulher vaidosa que sou Minha decisão é drástica Irreversivelmente tola Mas são tantas as lágrimas Derramadas no mundo, meu amor Serei uma gota no mar Entre gotas inumeráveis Adeus... Adeus...