Às vezes me sinto preso dentro dessa atmosfera Como se eu tivesse vindo de outro planeta Mas tudo se encaixa, se revela e se completa Quando eu concentro as ideia na ponta da caneta É o meteoro sonoro na terra, trilha sonora do crime Quintal dos criminoso, onde tudo se define Abre o olho moleque que isso não é Netflix Não é Matrix, é a praga do apocalipse Rasgo o mapa do sucesso, já estamos no processo Cada rima, cada verso já tem endereço certo Mentes brilhantes nas ruas convive com a solidão Sendo esmagado por um monstro que não tem compaixão A ingratidão é um vilão que permanece escondido Atrás de um olhar maldoso, de um falso sorriso Assim dizia as palavras de um sábio poeta Crucificaram o filho do Rei como falso profeta E desde aquela época tudo se consome Se constrói, se destrói pela maldade do homem Quem se habilita à debater coloca as cartas na mesa Eu já matei meus sentimentos por legítima defesa Eu sou réu confesso nesse processo atual Um peregrino clandestino do rap nacional Simples como uma bomba relógio Sem medalha e sem troféu, só no psicológico Senhor tenha piedade desse pobre réu Que se perdeu no labirinto Dessa torre de Babel O anjo sem asa, quer voltar pra casa Abençoado pelas lágrimas que caem Que caem do céu O ódio que se carrega já foi cicatrizado Nosso sacrifício é herança do legado A ansiedade não resolve seu futuro Os sentimentos de culpa não apaga o seu passado Eu prefiro perder tudo e começar do zero Pra não ter que assinar um passaporte pro inferno Aqui na quebra todo dia a maldade te chama Uns vão por dinheiro, outros por mulher e fama É difícil resistir e seguir em frente Eu tô ciente, infelizmente tem várias mente doente O pai morreu de infarto, a mãe é faxineira A filha engravidou, e o filho tá na biqueira Quem se identifica com essa realidade Tá sobrevivendo às margens da sociedade Senhor; pelo amor, meu coração não aguenta Ter que assistir meu povo morrendo em câmera lenta Eu peço por favor; abençoe nossa quebrada O anjo sem asas quer voltar pra casa Quer voltar pra casa Senhor tenha piedade desse pobre réu Que se perdeu no labirinto Dessa torre de Babel O anjo sem asa, quer voltar pra casa Abençoado pelas lágrimas que caem Que caem do céu