Por mais numerosos que sejam os dias de tristeza e de amargura... Ainda que o coração esteja tão fraco a ponto de recusar receber qualquer consolação... Mesmo quando a oração por dias melhores traga consigo a essência do temor de voltar a ser alegre... Lembremos que Deus não permitirá que isto se prolongue por tanto tempo a ponto de o espírito vir a definhar. Ele se condói de nos ver tristes e abatidos, como quem anda sem esperança de ver dias melhores. Ele se compadece dos Seus filhos amados que andam como soldados gravemente feridos pelas injúrias, traições, desprezos, recebidos tantas vezes, até mesmo da parte daqueles que nos são mais queridos. Então o Senhor operará, e o perdão brotará. O amor tornará a florescer depois que o inverno da amargura de alma passar. E será tal como sucede no mundo natural em relação às estações do ano. Não será a nossa própria força e capacidade que fará tal coisa suceder. Senão somente o braço forte, o amor, e a misericórdia do Senhor. Somente Ele pode transformar os nossos invernos em primaveras, onde os bons sentimentos esquecidos reflorescem, para sermos preparados para receber o calor da alegria trazida pelo verão divino aos nossos corações. Esta esperança nunca poderá falhar porque é inteiramente fiel Aquele que fez a promessa de nunca nos desamparar e deixar. Ele virá lutando como um guerreiro contra todos os inimigos da nossa alma, e os derrubará e os calcará debaixo dos Seus pés, para que sejamos mais uma vez livrados de toda forma de abatimento e sentimento contrário àqueles que se encontram no coração de Cristo. E fará que nos alegremos juntamente com aqueles que nos foram dados por Ele como amigos, e que também estiverem vivendo vencidos pela tristeza e amargura de espírito. O Senhor nos dará bom ânimo na aflição porque Ele mesmo é a nossa força e alegria. Ele se manifestará em nós e encherá a nossa boca de riso, tal como fizera com os israelitas no passado quando os livrou do cativeiro babilônico, e dos grilhões da escravidão do Egito. Miriã se alegrará na dança e tocará o tamboril seguida das demais filhas de Israel quando vir os cavalos e os cavaleiros inimigos afogados no Mar Vermelho. Então podemos dizer sempre nas horas difíceis o mesmo que dizia o salmista: “Por que estás abatida, ó minha alma? e por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele que é o meu socorro, e o meu Deus.” (Sl 43.5) E depois que o Senhor nos tiver livrado poderemos dizer juntamente com os israelitas do passado: “Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, éramos como os que sonham. Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cânticos. Então se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor por eles. Sim, grandes coisas fez o Senhor por nós, e por isso estamos alegres.” (Sl 126.1-3) Engrandecido seja para sempre o Senhor que libertou a nossa alma do cativeiro! Bendito seja o Seu grande nome no qual esperamos e que nos livrou de todos os nossos maus pensamentos e de toda forma de abatimento. Rendamos-Lhe graças pela Sua alegria, que mais uma vez expulsou nossas tristezas e encheu nossa boca de riso. Louvemos ao Senhor porque nos tomou pela mão e colocou nosso espírito de pé na Sua presença, livre de qualquer temor do mal. Não importa se vierem novas tristezas, porque sabemos que os que choram têm a promessa da bem-aventurança. Não importa as perseguições e injustiças implacáveis e cruéis que o Inimigo empreender contra as nossas almas, porque há também promessas de bênçãos para os que sofrem por amor à justiça. E sabemos que o Senhor sempre será o nosso auxílio e a nossa força e alegria, e sempre nos libertará tirando-nos dos vales da opressão e da tristeza para os elevados montes onde brilha o Seu sol de justiça e alegria: Nosso Senhor Jesus Cristo. Aquele que se tornou da Sua parte para nós, a nossa própria vida e o motivo da nossa paz e alegria. Ele sempre chegará e juntamente com Ele a nossa alegria que se encontrava perdida.