Olho no seus olhos Como um retrovisor Vejo o farol do carro Olha agora ele passou Tudo faz sentido E tudo deixa de fazer Quando alguém te deixa Ou quando alguém te faz sofrer Agora não vejo Agora não quero Agora queria Saber como você e eu seriamos Uô, ô, ô, ô, ô Olha o dono latindo Com a coleira no pescoço Olha o cão sorrindo E o dono pegando o osso Tudo está fora de si E eu nem estava lá Para ver o cão sorrir Agora não vejo Agora não quero Será que você sente O que eu sentia por você Tudo está passando Tudo está fora do ar Eu tento correr Mas não consigo escapar Eu vejo tanta gente Sem ter nada pra fazer Deitado a tarde inteira Esperando o anoitecer Eu vejo tanta gente Através daquele muro Reclamando a vida inteira Ou então escutando tudo Agora não quero Agora não posso Procuro ver meus erros Pra não errar mais no futuro Uô, ô, ô, ô, ô Eu vejo as formigas Trabalhando feito um burro Procuro vir sentido E não importa o que eu escuto Eu vejo os pregadores Pregando sobre deus Eu vejo as promessas E todos dizendo adeus Agora seria Tudo pode acontecer Eu quero ter meus filhos E ver eles crescerem Uô, ô, ô, ô, ô Eu vejo tanta vida Eu vejo tanta fome Eu veja tanta vida Esperando até morrer Eu vejo outro lugar Outro alguém no seu olhar Eu vejo tanta coisa Que ninguém sabe explicar Quem sabe onde eu ando Quem sabe onde estou Eu falava tanta coisa E de nada adiantou Uô, ô, ô, ô, ô Eu vejo uma barata Que topa qualquer parada Eu vejo ela fugindo Das minhas próprias chineladas Eu vejo uma barata Bem no bico da garrafa Ela arrota na minha cara E diz que é pela chinelada Um dia pego uma barata E dou tanta chinelada Um dia eu mato essa barata Agora vive desgraçada Uô, ô, ô, ô, ô Eu sou Eu sou Eu sou...