Em uma casinha de tábua de pinho Na beira da estrada no sítio largado Morava um caboclo que tinha dois filhos O homem sofria, mas sempre calado Levantava cedo no romper da aurora Fazia o almoço e ia pro roçado Foi no mês de agosto num dia tão quente Ele terminava a sua empreitada Já vinha voltando do seu trabalho Avistou distante lá na baixada Fumaça subindo num fogo ardente Viu a sua casa toda incendiada O pobre caboclo tão desesperado Não viu no terreiro seus filhos queridos Por Nossa Senhora ele chamou Caiu de joelho e fez um pedido Pra salvar os filhos daquela tragédia Naquele momento ele foi atendido O sol nesta hora foi escurecendo Forte temporal logo começou A chuva caiu tão rapidamente E nenhuma brasa acesa ficou Foi mais um milagre de Nossa Senhora E os dois meninos o fogo não queimou E naquela hora ele decidiu Pra ver a imagem da Mãe verdadeira Um filho pequeno levou no colo E outro andando atravessou a fronteira Viajaram a pé vinte e cinco dias Foi agradecer a nossa padroeira