Como é triste essa fria madrugada Nesta calçada vou esperar amanhecer A minha vida já não vale nada Só deus quem sabe como é triste o meu viver Já fui o dono deste ingrato ambiente E as mulheres mais bonitas eram minha Hoje os amigos não permitem que eu entre Naquele bar onde gastei tudo que eu tinha Com meu dinheiro construí aquele bar E dei o nome de recanto dos boêmios Pela orgia eu troquei meu santo lar Hoje recebo o castigo como prêmio Na boemia eu perdi meu próprio nome Estou sofrendo e não mereço compaixão Estou cumprindo o destino de um homem Que cai no abismo da maldita perdição Sou desprezado por quem foram meus amigos Sou esquecido pela própria humanidade Às vezes quero esquecer mas não consigo Porque a ilusão sempre tem a mesma idade Só um consolo alimenta minha alma E me acalma porque não sofro sozinho Todos que vivem na infeliz boemia Terás um dia que passar neste caminho