Se eu te disser Desse coração barrado em mim Peito encarcerado a suportar Se eu te disser Dos rejeitos que se acumularam em mim Peito atolado Sem permitir transbordar a dor Se eu te disser Dos pedaços arrancados em mim Peito surrado, devastado Se eu te disser Da maldade que se fez em mim Peito trincado A beira de desmoronar Se eu te disser Da barragem que rompeu em mim Escorreu tanta podridão Destruiu tanta vida aqui As memórias, tantas histórias A se rastejar no chão Soterrou os sonhos por vir Os futuros, tantos no escuro Ilhados, sem direção Nem adianta pedir perdão Tua maldade não tem salvação Atolei em tanta podridao, tanta dor Nem adianta vir me resgatar Eu to ilhado aonde for Só o olhar desaparecido pode me consolar Só o olhar do meu filho, da minha mãe Só o corpo estendido poderá me salvar