Mantenha viva a indignação, o ativismo Diga não à submissão, Que noticias do verão carioca Já dão sinal da nossa situação A morte está no sangue do cidadão Que cheira avenidas de ilusão Fumando a violência urbana Que mata e sangra sem se dar atenção. Já não somos mais antropofágicos Oswaldianos ou marxistas Somos a África Latina Roubada, estuprada e ferida Soberania não se negocia Mas imbecis dirigentes nacionais Se apropriam do Brasil E ainda roubam por trás O meu espanto já não tá no que eu vejo Mas sim, no que eu não posso ver A minha fome já não tá só no estômago Mas também na vontade de aprender A miséria está onde você não reconhece Está no humano que não padece Que acorda todo dia pronto pra viver Morrer, matar ou pegar você Sem teto, sem terra e sem estado Nós somos um país estigmatizado Pela bunda da mulata, pelo roubo do político Pela sacanagem e pela malandragem Eu quero uma vida libertária Olhar o mundo sem indignação Eu prefiro o risco do erro Ao parasitismo da inanição A razão está em crise Submissa ao poder Robotiza o homem a cada dia Com gestos programados na tv Seja crítico, não perca a autocrítica Cultue um deus socialista Tenha um sonho e lute todo dia Anule sua vida postiça. Nem direito, nem humanidade A morte é uma necessidade Pra você que se convenceu De que o seu umbigo é o limite da verdade.