Venho tantos dias viajando Com a missão da estrada costurar Sobrecarregado de trabalho Longe da família e do lar Passo lugares corro tanto e acelero O mais rápido eu espero meu trabalho entregar Mas numa curva forte e acentuada Uma casinha tão simples com alguém me fez parar La na varanda, um homem de meia-idade Roupa simples a vontade me convidou pra chegar Até confesso que achei inusitado Ele não me conhecia mas convidou pra sentar Mas naquela casa simplesinha Este senhor a tempos morava la Na varanda me acomodava E nessa hora começou me explicar Que a minha vida estava por acabada Tanto tempo eu trabalhando obcecado em ganhar E nem eu mesmo sabia o que precisava Deixando minha família tantos dias a esperar Ele abriu as portas da sua casa Então eu vi que meus filhos também estavam la Minha esposa escondida só chorava Ao saber que eu não iria desta viagem mais voltar Um segundo e tudo se apagando O homem disse veja bem quem sofrerá E apavorado me dei conta Com outra imagem começou a me mostrar Me vi correndo preso ao dinheiro E agora preso nas ferragens sem falar Vendo de cima meu acidente Naquela curva que não pude terminar Mas num instante eu voltei pra varanda O senhor com um presente sorria a me entregar Foi que então eu perguntei o seu nome Entregando este embrulho veio as chagas revelar Da varanda fui me afastando Desconcertado ao saber quem estava la E no despertar da consciência Com remorso por dentro me castigar Vou acordando na cama do hospital Minha família rezava para vida eu voltar Abrindo os olhos fui tornando lentamente Me dei conta do presente que o senhor veio entregar Hoje só restam as cicatrizes Deste momento e dores a enfrentar Mas esta cruz é tão pequena Perto a de Cristo que por nós foi suportar