Alô, alô, alô, moçada do chapéu grande e bota do cano longo Logo após as montarias, tem viola e tem fandango Alô, alô, alô, mulher loira ou morena, eu não faço muita escolha Hoje a jiripoca pia, o pau quebra ou cai a folha No brete tem touro bravo, no lombo peão valente Arquibancada lotada, pra todo lado tem gente A mesa da comissão tem um grande presidente Homem guiado por Deus, presidente do pé quente Morena dos olhos verdes, cabelo preto e comprido Bem maior que o seu cabelo é o chifre do seu marido Desculpe se eu apelei, mas é que tive essa ideia São versos dos locutores brincando com a plateia Pra festa nada me estorva, por falta de roupa nova Passei o ferro na véia Alô, alô, alô, a porteira vai abrir, peão se ajeita no lombo Nunca caí do cavalo, mas no amor já levei tombo Alô, alô, alô, morena casa comigo, que você não passa fome De dia cê come a cobra, de noite a cobra te come É hoje que o gato berra, é hoje que a vaca mia Já está cortando agulha o marido da cutia É hoje que a terra treme e a casa balança e cai Casada larga o marido e a filha abandona o pai Se despede da família, casamento agora sai Se eu for você não fica, se eu ficar você não vai Já peguei onça no tapa, pisei descalço em arraia Mas por um bicho peludo, com ferrão igual lacraia Não me responsabilizo, o que me faz perder o juízo Mora embaixo da saia Alô, alô, alô, peão firme na roseta não entrega a rapadura Dele e dali deis espora, segura peão, segura A mulher que conheci balançou meu coração Esses versos fiz pra ela, inspirou essa canção Esse seu jeitinho meigo e uma fina educação Dois lindos olhos azuis que provocam sedução Esses seus olhos azuis que me encheu de paixão Por onde ela vai passando, vai chamando atenção É de fechar o comércio e farmácia de plantão Uma caça procurada no bico do gavião Tem muito homem querendo nessa joia pôr a mão Também, esses olhos azuis, quem é que não tem paixão Sua beleza incendeia como lavas de vulcão Faz qualquer homem valente cair de joelhos no chão Se te olhar for pecado, já perdi a salvação É na curva do seu corpo que faço navegação Esses seus olhos azuis é símbolo de confusão Quer dar fim na minha vida, me leva pro cadeião A gaiola dos seus braços é a melhor solução Para sentir no meu peito pulsar o seu coração Só espero que o delegado não me dê voz de prisão Com esses olhos azuis, não acaba não, mundão Eu fui lá na sua casa para te ver não te encontrei Acho que você escondeu para não me ver eu desconfiei Morena sem coração não é assim que se faz Nem que eu morra de paixão na sua casa não volto mais Ai morena, deixa de judiação Seus caprichos são demais Maltrata meu coração Coração bom eu tenho, mas sou de opinião Isso que você me fez eu não lhe dou perdão Até fiz um juramento de nunca mais eu amar ninguém Quem ama sofre demais é isso que faz eu sofrer também Só quem não tem sentimento não sabe o quanto eu padeço É demais o meu tormento e nem a metade eu não mereço Ai morena, não pode ser desse jeito Eu sei que o seu desejo é que eu morra de despeito Assim também não pode Só você quer ter direito Eu também preciso ter opinião no peito Se tem outro que te ama Não me engane faça o favor Por que se for indo assim Eu sei que o meu fim é morrer de dor Devias compreender que não pode ser assim Eu amo tanto a você e você não gosta de mim Ai morena, você foi os sonhos meus E agora não me quer mais, vou te dar o meu adeus Adeus ingrato amor, amor ingrato adeus Nunca mais serei escravo dos caprichos seus Nunca mais serei escravo dos caprichos seus