Otávio Augusto e Gabriel

Em Clima de Rodeio/ Olhos Azuis/ Opinião de Caboclo (pot-pourri)

Otávio Augusto e Gabriel


Alô, alô, alô, moçada do chapéu grande e bota do cano longo
Logo após as montarias, tem viola e tem fandango
Alô, alô, alô, mulher loira ou morena, eu não faço muita escolha
Hoje a jiripoca pia, o pau quebra ou cai a folha

No brete tem touro bravo, no lombo peão valente
Arquibancada lotada, pra todo lado tem gente
A mesa da comissão tem um grande presidente
Homem guiado por Deus, presidente do pé quente

Morena dos olhos verdes, cabelo preto e comprido
Bem maior que o seu cabelo é o chifre do seu marido
Desculpe se eu apelei, mas é que tive essa ideia
São versos dos locutores brincando com a plateia
Pra festa nada me estorva, por falta de roupa nova
Passei o ferro na véia

Alô, alô, alô, a porteira vai abrir, peão se ajeita no lombo
Nunca caí do cavalo, mas no amor já levei tombo
Alô, alô, alô, morena casa comigo, que você não passa fome
De dia cê come a cobra, de noite a cobra te come

É hoje que o gato berra, é hoje que a vaca mia
Já está cortando agulha o marido da cutia
É hoje que a terra treme e a casa balança e cai
Casada larga o marido e a filha abandona o pai

Se despede da família, casamento agora sai
Se eu for você não fica, se eu ficar você não vai
Já peguei onça no tapa, pisei descalço em arraia
Mas por um bicho peludo, com ferrão igual lacraia
Não me responsabilizo, o que me faz perder o juízo
Mora embaixo da saia

Alô, alô, alô, peão firme na roseta não entrega a rapadura
Dele e dali deis espora, segura peão, segura

A mulher que conheci balançou meu coração
Esses versos fiz pra ela, inspirou essa canção
Esse seu jeitinho meigo e uma fina educação
Dois lindos olhos azuis que provocam sedução
Esses seus olhos azuis que me encheu de paixão

Por onde ela vai passando, vai chamando atenção
É de fechar o comércio e farmácia de plantão
Uma caça procurada no bico do gavião
Tem muito homem querendo nessa joia pôr a mão
Também, esses olhos azuis, quem é que não tem paixão

Sua beleza incendeia como lavas de vulcão
Faz qualquer homem valente cair de joelhos no chão
Se te olhar for pecado, já perdi a salvação
É na curva do seu corpo que faço navegação
Esses seus olhos azuis é símbolo de confusão

Quer dar fim na minha vida, me leva pro cadeião
A gaiola dos seus braços é a melhor solução
Para sentir no meu peito pulsar o seu coração
Só espero que o delegado não me dê voz de prisão
Com esses olhos azuis, não acaba não, mundão

Eu fui lá na sua casa para te ver não te encontrei
Acho que você escondeu para não me ver eu desconfiei
Morena sem coração não é assim que se faz
Nem que eu morra de paixão na sua casa não volto mais

Ai morena, deixa de judiação
Seus caprichos são demais
Maltrata meu coração
Coração bom eu tenho, mas sou de opinião
Isso que você me fez eu não lhe dou perdão

Até fiz um juramento de nunca mais eu amar ninguém
Quem ama sofre demais é isso que faz eu sofrer também
Só quem não tem sentimento não sabe o quanto eu padeço
É demais o meu tormento e nem a metade eu não mereço

Ai morena, não pode ser desse jeito
Eu sei que o seu desejo é que eu morra de despeito
Assim também não pode
Só você quer ter direito
Eu também preciso ter opinião no peito

Se tem outro que te ama
Não me engane faça o favor
Por que se for indo assim
Eu sei que o meu fim é morrer de dor
Devias compreender que não pode ser assim
Eu amo tanto a você e você não gosta de mim

Ai morena, você foi os sonhos meus
E agora não me quer mais, vou te dar o meu adeus
Adeus ingrato amor, amor ingrato adeus
Nunca mais serei escravo dos caprichos seus
Nunca mais serei escravo dos caprichos seus