Um velho peão no peso da idade,curtindo a saudade num canto ficou Ouvindo barulho do povo e peões,também os rojões que no céu clareou E assim apoiado em sua bengala,da porta da sala pra fora espiou E quando ele ouviu "segura peão",o seu coração no peito pulou Ali no batente de pé se apoiando,ficou até quando o rodeio acabou E quando ele viu a luz se apagando,quase se arrastando pra lá caminhou E lá de fininho entrou no rodeio,e bem lá no meio sozinho parou As suas palavras saudosas de outrora por Nossa Senhora só Deus escutou Ali quantas vezes com nó na garganta a foto da santa chorando beijou Ali quantas vezes ergueu seu troféu e o velho chapéu pro povo abanou Ali solitário no frio picadeiro,pros ex-companheiros ainda rezou Era o rei,seus sonhos mais belos,no mesmo castelo que um dia reinou No alto falante do seu pensamento,um outro talento seu nome falou Era o Zé Do Prato narrando a saudade,o peso da idade foi quem te tombou Não foi o Tordilho,nem foi o Ruano,o peso dos anos quem te derrubou Não foi o corcóveo de nenhum pagão,segura peão,que o tempo passou...