Eu tava andando numa estrada vermelha Era no meio do mundo, interior de Goiás Pedi pra dormir num celeiro vazio E aí me disseram: "Cuidado, rapaz Aí mora o louco fantasma de Antônio Era líder do povo e brigou com o patrão Na hora do pau, deixaram sozinho" Perdeu o emprego e ainda foi pra prisão Depois ficou doido e gritava: "Covarde! Não teve só um pra vir me acudir Mas quando eu morrer eu volto da morte Atazano vocês e ainda morro de rir" Na hora do aperto me deixa de lado É tiro cruzado (olha eu na fogueira!) Fala besteira (é o teu medo empenhado) E o teu pesadelo é que eu não dou bandeira E passa rasteira, eu que tome cuidado Senão caio morto no meio da rua Não vai haver quem pare pra acudir Sai do meu lado (olha essa confiança!) Quem entra na dança não pode sair O olho no olho reflete sem erro Quem acusa os "outro" e não sabe de si E passa rasteira, eu que tome cuidado Senão caio morto no meio da rua Não vai haver quem pare pra acudir Caso eu morresse voltava de novo Te atazanava e morria de rir