Oswaldo Montenegro

Quantas Vitórias

Oswaldo Montenegro


Quantas vitórias canto em meus versos
Quantas na mesa ouviram cantar
Nossa bandeira empunha o soneto
Que é de um poeta sem lar

Carro de boi cantando a tarde fria
Meu caminho percorreu
Negra mão tangendo na viola
Minha emoção mineira
Serenata minha estrela
São vitórias que guardei

Velho piano e o som da velha casa
Goiabeira no quintal
A mãe preta ralha com o menino
"Já sujou roupa lavada"
E a sujeira reclamada
É a vitória que guardei

Meu olhar ardendo à meia-noite
Percorrendo a imensidão
Minha voz estala como açoite
Como lenha na fogueira
E vitória verdadeira é enxergar nessa escuridão