Quantas vitórias canto em meus versos Quantas na mesa ouviram cantar Nossa bandeira empunha o soneto Que é de um poeta sem lar Carro de boi cantando a tarde fria Meu caminho percorreu Negra mão tangendo na viola Minha emoção mineira Serenata minha estrela São vitórias que guardei Velho piano e o som da velha casa Goiabeira no quintal A mãe preta ralha com o menino "Já sujou roupa lavada" E a sujeira reclamada É a vitória que guardei Meu olhar ardendo à meia-noite Percorrendo a imensidão Minha voz estala como açoite Como lenha na fogueira E vitória verdadeira é enxergar nessa escuridão