No centro da sala Diante da mesa No fundo do prato Comida e tristeza. A gente se olha, Se toca e se cala Mas se desentende no instante em que fala Medo, medo, medo, medo, medo, medo... Cada um guarda mais Os seus segredos A sua mão fechada, a sua boca aberta O seu peito deserto Sua mão calada, fechada, selada, molhada de medo Pai na cabeceira é hora do almoço Minha mãe me chama é hora do almoço Minha irmã mais nova, negra cabeleira Minha avó reclama é hora do almoço Eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza Deixemos de coisa, cuidemos da vida Pois senão chega a morte ou coisa parecida E nos arrasta moço sem ter visto a vida Ou coisa parecida, ou coisa parecida