Eu não posso negar as raízes Minha origem também é de lá Sou caipira fruto da terra Feito tronco do jacarandá Essa marca de sertanejo Na bagagem sempre vou levar E um pouco da minha história Ao som da viola aqui vou contar Eu nasci lá pertinho da serra Num recanto de rara beleza Fui criado correndo nos campos Protegido pela natureza Contemplando a verde paisagem Vendo as águas correr na pedreira E a tarde o cansaço chegava E então me banhava lá na cachoeira Despertava às três da manhã Quando o galo índio cantava Levantava e sentava na cama Em silêncio ali eu rezava E após terminar minha prece Lá na mina o rosto eu lavava Trabalhava até o entardecer E sem perceber a noite chegava Numa escola da roça estudei Foi tão grande a felicidade Terminando o curso primário O meu pai me mandou pra cidade Lutei muito, cursei o ginásio Em seguida fui pra faculdade Mesmo tendo diploma na mão Meu lindo sertão é sinal de saudade