Por mais que eu escreva o que eu esteja a sentir, nunca consigo, transcrever o que sinto cá dentro, sai sempre uma mascara, o meu exterior Memo que a vida não ande na mema Sou ca rijo eu rendo pa pagar a renda A uma sociedade que me julga pelo que trago A tapar o corpo em que cago gordo e desleixado Mantenho fraco e o caralho Mando tudo cu caralho Não quero ligar ao exterior mas só penso cu caralho Asfixiar cada vez que chego ao fim do mês A sonhar fazer guita em concertos e a vender cd's Mas prefiro dar a cena a compra que eu falo E quanto a concertos acabo sempre bêbado no palco Ve la se me ralo No fim eu não rimo o que vivo Eu vivo o que rimo Bora so um copinho Acabo a noite a rebentar garrafas de vinho Tou todo grosso e eles pedem que me mantenha fino Vai-te na porta Corta a moca A vida é loka Queria cagar no dinheiro E basear-me na droga Com um baseado na boca Que me foi rodado sempre a fugir da moda Acabei descentrado mal vestido e mal visto És moço tens vendido mas no teu álbum não invisto Não fiques ofendido fiquei fodido E pensei ir visitar um psicólogo Mas é irónico pagar para fazer monólogo E logo que posso colo A minha versão pra me dar o prólogo da minha situação Disponho o coração á tua disposição Numa canção que não passa de meditação De quem já não passa sem medicação Ansiolíticos pós nervos meta bloqueadores pó coração Viver intensão em função de stress Gastar uma emoção num verso saber que eu não conto com ninguém Pa de repente ser-se surpreendido e ser aconselhado por alguém Todos me dizem pa cagar e que a vida continua Nunca me tive a cagar mas a merda continua È tudo tão desigual e nada é como esperavas O que sentes é que é real as palavras são metáforas Pos meus tropas os sonhos são mortalhas droga bate nas horas e as horas batem-se rápidas Mato-me a pensar em temáticas Acabo a repetir dicas e a escrever sobre coisas básicas Triste sina de um frustrado fazer sons pa ninguém ligar um caralho Ser mc pra que fazer rap até me fartar ou me cansar de morrer de pé Quase nunca recebemos aquilo que damos E as pessoas são sempre diferentes daquilo que imaginamos Continuo encarcerado nesta casa macabra acordado Com os gritos de uma relação marada Sem nada pa falar mas pa gritar está-se bem Mãe diz que sou igual pai o Pai diz que sou igual a mãe Afinal sou igual a quem já nem digo nada Que eu posso ter a mente aberta mesmo com a boca fechada Tic,tac,tac, tic que me fode os planos A vida é um carro rápido que me leva os manos Vivo rápido e vou já nos cento e tantos Todos me têm sentido mas ?epa? no sente e tantos Não percebes eu vou como de antes E ?debites? da-me só ?doruntos dom? como antes Viver perto dos teus enganos Morrer pé dos meus? Brancos? Somos viver sem fazer anos Pessoas deixam de ser importantes Constroem-se confianças baseadas em enganos E no fim ?vó? ?senhor infasil? e vinil Porque não á maior solidão Que a não ser reconhecido