Desde os princípios dos tempos o Rio Grande primitivo Gostou do sabor nativo, desta bárbara infusão - Ela nasceu neste chão e fez como seu exemplo O galpão tronar-se templo da gaúcha comunhão. A mias fraterna ciranda junto aos fogões se realiza Quando o porongo desliza passando de mão em mão - A cuia de chimarrão junta o passado ao presente E humaniza nossa gente unindo peão e patrão. Foi assim que Deus mandou sair a erva dos carijos Pra deixar fortes e rijos os gaúchos trisavós - E ele quer junto a nós nos campos, galpões e lares Esses ritos seculares transmitiram para nós. Mesmo depois que os cavalos sejam peças de museus Há de existir entre os meus mais distantes descendentes Que tenha lábios e dentes na transmissão deste encargo De viciar no mate amargo seus por vindouros parentes.