Quando me pisca uma estrela lá de riba A namorar-me pela frincha do chapéu Rondando tropas numa ponta de restinga Mim'alma voa num potro para o céu E quando o vento esvoaça o velho pala Bordado a mão pelo lume do luar Busco da cerca dedilhadas e escalas Sonhando al'pedo nestes fletes te encontrar Nas noites lindas que amenizam minhas magoas Do rio profundo que me nasce o coração Que triste a sina de tropear sem uma estrela Namoradeira de um campeiro ao corredor Se a tormenta do viver tenta escondê-la Por entre nuvens de saudade ou desamor Mesmo que a alma vá buscá-la além das horas Das longas rondas murmuradas de poesias Essa estrela namorada vai se embora Junto da aurora que anuncia um novo dia Sei que é infiel minha estrela de carinhos Rondando rumos de tropeiros que nem eu Na escuridão de outras plagas e caminhos Isto é seus olhos que sonhei serem meus.