O bugio tá roncando ala cria Tarde fria num fim de setembro Seu rancor é festança na mata Serenata igual não me lembro Pois assim são meus parceiros Os gaiteiros de cêpa serrana Que tocando um bugio bem marcado O fandango no toque se inflama Esse ronco é crioulo da serra E um alerta garboso e faceiro Se criou num fundão de tepera E se expande nas mãos do gaiteiro Ressonando no oco das taipas E nas gaitas do guapo rincão Comparando esse ronco parece Uma prece que sai do capão Bugio velho não frouxa a garganta E levanta ainda mais teu cantar Por que assim os gaiteiros do pago viverão sempre, sempre a tocar esse ronco...