Sou índio cru desta pampa cativo da tradição Fumaciando de galpão trago minh'alma curtida Quando o sol vem me espiar acriolando as coxilhas To changueando por uns pila no lombo xucro da lida Sou quebra aqui da campanha que faz do laço um fiador Com guisa de tirados cozinhada a tironaço Quando o potro veiaqueia me planto bem nos arreios E também planto-lhe o relho pra mostrar o dono do braço É bem assim que eu sou me orgulho deste meu chão É bem assim que eu sou Vou trançando a minha história com tentos de tradição Nasceu comigo esta cisma de domar cavalo xucro que o vagueando de gaúcho traz de berço igual chamego Este trejeito de traura pra redomão queixo duro Vem com semblante maduro já no "Sentá dos pelegos" Minha vida é um olho d'água cacimbando a minha pampa Tenho orgulho desta estampa traduzida na bombacha Trago dentro deste peito o meu Rio Grande o meu chão Espelho do coração que só por china se agacha