Meu dia a dia é no lombo xucro dos potros Esse é o jeito de nossotros entre china e percantas Lá meu rancho eu só vu fazer visita Por que a vida é mais bonita retocando nas bailantas. Domador de potros faço do maula um caíque Nesta pampa eu sou cacique lindando com caborteiros E nos surungos me tapo de polvadeira Desmanchando uma vanera neste jeito missioneiro. Estes matungos corcoveam até cansarem Mas depois todos se amarram e vem lamber sal na minha mão Para as chinocas dou versos em vez de rosas Cuidando as flores cheirosas do jardim do coração. Nalgum velhaco mais ligeiro que um leão Se arrastar o lombo no chão me resvalo pra barriga Com uma china sarandeando nos meus braços Dou-lhe coice e manotaço que nem burro com lombriga. Se um aporreado corcoveia se arrodeando Eu surro me equilibrando só com a sambica no lombo E a mulherada por mais ventena que seja Com dança, prosa e cerveja sempre choro ano meu ombro.