Como é lindo de se ver O pôr do Sol na campanha O pago inteiro se banha No clarão da Lua cheia Enquanto a noite tropeia O sonho das ilusões Entre cerros e capões Impera o silêncio enorme Rondando a pampa que dorme No berço das tradições Como é lindo de se ouvir Ao romper da madrugada O canto da passarada Orquestrando a natureza Há nisso tanta beleza Que às vezes me parece Que quando o dia amanhece Este verde desparelho Encontra a pampa de joelho Rezando a primeira prece Em honra o coice de luz Que das alturas de serra Vem o céu beijar a terra Sobre o altar da coxilha Junto a velha corunilha Um xiru velho descansa No leito da grama mansa Que o patrão velho conserva Sorvendo o gosto da erva No chimarrão da esperança Sorvendo o gosto da erva No chimarrão da esperança