Assobiando lá nas cumeeiras No prenúncio de um inverno bem feio É o minuano em rajadas certeiras Vem por cima por baixo e no meio E o frio que se espalha na noite Traz sereno da madrugada E, na serra, se sente o açoite Ventos, campos branqueando de geada É assim nosso inverno serrano Nem melhor, nem pior que se pense Com ele, vive o gaúcho serrano E o serrano catarinense É assim nosso inverno serrano Nem melhor, nem pior que se pense Com ele, vive o gaúcho serrano E o serrano catarinense Lá no céu, gaude nuvens galopa Como uma cinzenta tropilha E, no brabo inverno, se topa Com a neve que é a paz na coxilha Relampeia, clareia e troveja E a gente que aguente no cerno E vem água que a terra já beija E quem seja nas chuvas de inverno É assim nosso inverno serrano Nem melhor, nem pior que se pense Com ele, vive o gaúcho serrano E o serrano catarinense É assim nosso inverno serrano Nem melhor, nem pior que se pense Com ele, vive o gaúcho serrano E o serrano catarinense A família ao redor do fogão Proseando e comendo pinhão É o afago da gente serrana Que se hermana num bom chimarrão Tudo isso é o inverno da serra Que judia e nos bota à prova Que nos traz resfriados e gripes E, às vezes, nos leva pra cova É assim nosso inverno serrano Nem melhor, nem pior que se pense Com ele, vive o gaúcho serrano E o serrano catarinense É assim nosso inverno serrano Nem melhor, nem pior que se pense Com ele, vive o gaúcho serrano E o serrano catarinense