Ao romper da madrugada, encilho o pingo com jeito Enquanto o galo abre o peito meu cusco perde o sossego Risco a frente do galpão, retalhando com as choronas E o orvalho se emociona e chora um pranto nos pelegos (Rincão curtido no tempo, querência cor das auroras Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas Desperta o Rio Grande inteiro no tilintar das esporas) Estampa rude de taura, pilchado da bota ao pala Que até o chinedo se cala, pra um olhar de reverência Não há quem não note o pingo, que pisa macio no pasto Ringindo o couro do basto no corredor da querência O Recital da cordeona debaixo de um arvoredo Confessa todo o segredo da inspiração do gaiteiro Chinocas de olhar matrero parecem queimar a gente Com miradas tão ardentes como o fogo de um braseiro