E buenas que me apeio, pra cantar em verso Este meu universo, que é o rio grande em flor Tropa e corredor, potrada e mangueira Vida galponeira, lides de rigor Meu cantar se firma, no estribo da história Nesta tragetória, de lança e arreio Apartes de rodeio, atropelos de eguada Som nas madrugadas de alguns floreios (É assim que canto, esta flor querência Pois tem procedência, este meu cantar Canto as coisas, que vivo que fiz e que faço É causa que abraço, em qualquer lugar) Este meu poncho pátria, que trago emalado É quem me faz costado, na chuva e no frio Não refuga rio, meu cavalo da encilha Por várzea e coxilha, melhor não se viu Estampa de fronteiro, que trago comigo Parceiro lhe digo, não mudo por nada Eu já nasci assim, campeiro no mais Domando baguais, e levantando armada Eu vivo aqui no sul, aonde o touro alçado Se quedou boleado, pelas três marias E no dia a dia, nos fundões da estância Acalanto as âncias, a mate e poesia E um palheiro bueno de palha de seda Junto as labaredas, ajeitando as brasas Vou tecendo uns versos pra mulher amada E ouvindo a bicharada ao redor da casa