Os Reis do Fandango

Assim Canto a Querência

Os Reis do Fandango


E buenas que me apeio, pra cantar em verso
Este meu universo, que é o rio grande em flor
Tropa e corredor, potrada e mangueira
Vida galponeira, lides de rigor
Meu cantar se firma, no estribo da história
Nesta tragetória, de lança e arreio
Apartes de rodeio, atropelos de eguada
Som nas madrugadas de alguns floreios

(É assim que canto, esta flor querência
Pois tem procedência, este meu cantar
Canto as coisas, que vivo que fiz e que faço
É causa que abraço, em qualquer lugar)

Este meu poncho pátria, que trago emalado
É quem me faz costado, na chuva e no frio
Não refuga rio, meu cavalo da encilha
Por várzea e coxilha, melhor não se viu
Estampa de fronteiro, que trago comigo
Parceiro lhe digo, não mudo por nada
Eu já nasci assim, campeiro no mais
Domando baguais, e levantando armada

Eu vivo aqui no sul, aonde o touro alçado
Se quedou boleado, pelas três marias
E no dia a dia, nos fundões da estância
Acalanto as âncias, a mate e poesia
E um palheiro bueno de palha de seda
Junto as labaredas, ajeitando as brasas
Vou tecendo uns versos pra mulher amada
E ouvindo a bicharada ao redor da casa