É nesse inverno que eu me perco, amor Sob teu gelo desconserto Em grandes goles te consumo como uma bebida nada rara E no silencio da tua calma Tuas palavras tão escassas, tão exatas, tão surradas pelo tempo Que preferem não agredir a ordem natural das coisas Que te fazem chorar mais do que rir E daí... tanto faz pra quem não vê um palmo a frente do nariz E é nesse inverno que eu me perco, amor A noite as vezes eu confesso A indiferença que te leva as vezes faz tanto sentido E é nesse inverno que eu me perco, amor A noite as claras me convenço Sob protestos me entrego, te admito como tal Que prefere não agredir a ordem natural das coisas Que te fazem chorar mais do que rir E daí... tanto faz pra quem não vê um palmo a frente do nariz