Ninguém reclamou A morte que foi pré-anunciada Ninguém lamentou A morte que foi pré-anunciada Em sua breve vida, uma vida breve Vida que se acaba em uma fome atroz Alimenta a vida de seu algoz Ela foi presa e confinada na cadeia alimentar Será que ela teve que morrer assim? Será que o ser humano é tão ruim? Ela não teve culpa de ser inocente Simplesmente nasceu para este triste fim O que será que ela pensou, no seu momento crucial? Serei um suculento prato pré-nupcial Um acompanhamento de um prato principal Ou um relés tira-gosto que é servido no final Tristeza do bode, pesar da cabra E a novilha vai ficar sem mãe A vida é luxo, alegria as vezes Mas a sua carne enche o bucho dos burgueses Quem come não pensa, quem pensa não come Presa inocente da fome do homem Pesadelo do Green Peace todo em cima de mim Sou vegetariano que só come capim Passa a navalha, sangue que corre Se quem come não morre, engorda pra caralho Não sou açougueiro, cruel e carrasco Meu chefe tá olhando, vou voltar pro trabalho Mas a bichinha, tão pobrezinha Tão inocente, que triste sina A coitadinha, tão bonitinha A bezerrinha nunca fez mal a ninguém