Quem consegue manter-se firme em pé Não tem medo da crise quando sofre Todo mundo no peito tem um cofre Como um banco central pra guardar fé A hipótese de ser faz quem não é Trabalhar noite, dia, mês e ano Sonhar alto, rezar e fazer plano E ir à luta buscando o que não há 'Vez em quando' tem um que chega lá Nos dez pés de martelo alagoano Muito além do que pode tem quem vá Sem receio dos ermos do além Encontrar quem ta indo a vida vem Esperando quem custa Deus está Quem insiste num sonho é quem se dá E quando nota o que fez se senta ufano De inicio ninguém é veterano Ninguém nasce sabendo o que defende Mas depois de errar muito a gente aprende Nos dez pés de martelo alagoano O destino é ramal que se estende A procura de oásis no deserto Na certeza que a gloria está por perto Uma luz de sentido a fé ascende Liberdade que voa ninguém prende E incerteza nem sempre atrai engano Por mais frágil que seja o ser humano Se tiver pensamento positivo Não desiste de nada enquanto é vivo Nos dez pés de martelo alagoano Fraco e forte precisam de incentivo E essa tese faz séculos que não muda Todo mundo precisa de uma ajuda E todos lutam por um objetivo O agente não deixa o distintivo Pra ser pego num ato leviano Pianista não foge do piano Mas tem gente que pega o prato-feito E ainda fica botando algum defeito Nos dez pés de martelo alagoano Não precisa ser rico e escorreito Pra tentar ser feliz e ser um dia Se perder sem lutar é covardia Se abrir mão do quer perde o direito Se for negro que encare o preconceito Quem alguns brancos tem contra o africano Se for crente que invoque o soberano Que a fortuna de graça não se oferta Sem jogar um cartão ninguém acerta Nos dez pés de martelo alagoano Quem insiste e persiste vive alerta Para ser vencedor é candidato Quando o pé a maior que o sapato Só o dono é quem sabe aonde aperta Muita porta precisa ser aberta Por criança, por jovem, por decano Como o fogo precisa do abano A canoa precisa dos dois remos É preciso ir atras do que queremos Nos dez pés de martelo alagoano Precisamos ter tudo o que não temos Que o esforço é o teste do sufoco Quem se assombra com muito pede pouco Quem fracassa não chega aos extremos Ir atrás da medalha que perdemos É provar ao contrário o desengano Quem não move uma palha entra no cano Quem se omite não vence nem perdura Só encontra a botija quem procura Nos dez pés de martelo alagoano Se gostar de moleza a vida é dura E se não for procurado vá atras Vivos mortos no mundo tem demais Esperando somente a sepultura Contra a pedra a maré que bate fura Porque é insistente o oceano Não inveje fulano nem sicrano Mas podendo trabalhe pelos dois Que em dobro o retorno vem depois Nos dez pés de martelo alagoano