Fui no buxixo do rapa, no rincão do João pintado Tava assim de xinaredo, que nen mosquito em banhado E a velha Xica Azaranha, solteirona e cafeteira Coxichou para a mulherada, ta chegando um bagaceira. Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo Hoje eu danço, me desmancho Nesta pendenga de galo Fiz olho de peixe morto, e pisquei pra china Rita Morenaça flor de tropa, mansa, fogoza e gasguita Com a crina solta no lombo, e um jeitão de quem é dona Se veio afrouxando as anca, que nen queixa redomona. Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo Hoje eu danço, me desmancho Nesta pendenga de galo. O Chico beiço emburrado, não gostou da pataquada Com jeitão de corvo xucro, e sóio de vaca atolada Deu um murro se levantou-se, rasgou a guela gritando Oque será que jaguara no meu rancho anda cheirando. Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo Hoje eu danço, me desmancho Nesta pendenga de galo. Levantei, prendi-le grito, saiam da frente purguedo Os machos se revoltaram, arrepiaram os xinaredo Sapiei um mango na testa, nun tal de Juca Fincão Saiu que nen mosca tonta, enterrou as guampa no chão. Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo Hoje eu danço, me desmancho Nesta pendenga de galo. Quase que rendi o umbigo, de tanta força que fiz Dei coice em manotaço, de fazer enrrugar o nariz E assim termino a pendenga, taqueliando de caroço Só sobrou a xina Rita, cavalo no meu pescoço. Venho de tutano seco, e trago terra no gargalo Hoje eu danço, me desmancho Nesta pendenga de galo Hoje eu danço, me desmancho Nesta pendenga de galo.