Mas tu veio, loco velho Quando abre a temporada de rodeio Todo o povo se prepara pra festança É bonito de se ver o entrevero Da indiada que trabalha e não se cansa Boiadeiros e reboques vão trazendo Os cavalos, as encilha e mantimento As barracas vão se armando e fazendo A alegria de mais um acampamento Pega a lenha e faz o fogo Arma trempe e pendura a chaleira Faz um mate bem cevado E dos pelegos uma cama bem campeira Numa panela de ferro Espinhaço de ovelha cozinhando E a cada amigo que passa O campeiro vai gritando Mas tu veio, loco velho Isso é bom, barbaridade Vai sentando e me conta as novidades Do último rodeio Loco véio que a gente não se via Eu já estava com saudade desta sua alegria Mas tu veio, loco velho Quando as provas campeiras se iniciam Vou pra perto para dar uma bombiada Me alegro com armada de um laço E me sinto mais feliz na gineteada Vendo os campeiros de acavalo Demonstrando habilidade e destreza nessa lida É o retrato do Rio Grande bem campeiro Que alegra nossa vida Quando a noite vem chegando E a graxa vai pingando do braseiro Os amigos, se aprumando, vão cortando Um churrasco bem campeiro Ouço um toque de cordina É o surungo que está quase começando Encontro muita prenda bonitona E aos parceiros vou gritando Mas tu veio, loco velho Isso é bom, barbaridade Vai sentando e me conta as novidades Do último rodeio Loco véio, que a gente não se via Eu já estava com saudade desta sua alegria Mas tu veio, loco velho