Nas madrugadas de horas largas, a alma descansa Cá no meu rancho, bate a saudade longe dos meus Então, reponto uma tropilha de lembranças Bombeando o fogo, palmeando a cuia, pensando em Deus Nesta labuta, buscando o pão de cada dia Ando a galope entre as chegadas e partidas Mas, no silêncio do oh! De casa e da nostalgia Eu agradeço este regalo que é o dom da vida Eu penso em Deus ao fitar uma moldura Na estampa antiga perpetuada pelo tempo Pelos que sofrem por ausência de ternura E pelos sonhos que perdi mas não lamento Eu penso em Deus no retrechar da água de sanga No frio do inverno e na solidão de um corredor Falo com Deus no abrir da gaita cor de pitanga Nas Três Marias, no teu sorriso, no campo em flor A minha crença anda comigo por onde eu ande Em meio ao povo ou, então, sólito aonde estou Rezo por mim, por minha gente e pelo Rio Grande E dou mil gracias pelo que tenho e pelo que sou Nasci gaúcho, morro gaúcho e não frouxo um tento Sou conhecido do litoral ao São Tomé Mas pouco adianta andar aí vazio por dentro O mundo é nada sem termo Deus, sem termos fé Eu penso em Deus ao fitar pela moldura Na estampa antiga perpetuada pelo tempo Pelos que sofrem por ausência de ternura E pelos sonhos que perdi mas não lamento Eu penso em Deus no retrechar da água da sanga No frio do inverno e na solidão de um corredor Falo com Deus no abrir da gaita cor de pitanga Nas Três Marias, no teu sorriso, no campo em flor Nas Três Marias, no teu sorriso, no campo em flor