Cresci num fundo de campo taura liberto de amarras Na lida, não trago espanto ninguém me ganha na marra Meu sinuelo é a verdade pra encarar todas paradas Trazendo autenticidade sempre estampada na cara Amigo dos quero-queros conheço a palmo a invernada O quera, quando é sincero tem a vida iluminada Antes que o bogó dos galos venham me pedir ajuda Sempre encilho meu cavalo no lampejo das madrugas Faço parte da querência, raiz de uma descendência Deste meu Rio Grande antigo Em cada vinco de ruga, sou o mesmo peão que não muda Sempre amigo dos amigos Escuto o berro do gado nas coxilhas da existência Onde o destino hermanado é uma doutrina, uma essência Quem viver neste rincão traz em si o que é de outrora Pois só quem monta a razão não precisa usar esporas Quando sopra o minuano a minha alma grongueira Vai brilhando pelos anos o luzir de uma estrela Pra os que vierem amanhã dando rumo pra o futuro Se espelhem em nossas façanhas de um tempo guapo e maduro Faço parte da querência, raiz de uma descendência Deste meu Rio Grande antigo Em cada vinco de ruga, sou o mesmo peão que não muda Sempre amigo dos amigos