Adelgacei o meu mouro por uns quatro ou cinco dias E me larguei pra São Luiz dar serviço pras gurias "Quaje" na boca da noite co'a cuscada em alvoroço Entrei no povo pachola louco pra "molha" o pescoço Já saímo se acrocando que nem lembrão No repoio arrodeando Pros dois lados igual matungo zaroio Meu mouro se atravessava como quem vem dum rodeio Espumando na peiteira e mordendo a perna do freio Nisto ronca uma cordeona e o mouro trocando oreia Entreparou de repente percurando a luz vermeia. Já saímo se acrocando... Me apeio... Dobro os pelegos e ali do parapeito Corro os olhos numa tianga que possa me aliviá o peito Tinha macho que me olhava com jeito assim de rufião Apartei uma china Ruana e fui direto pro salão Já saímo se acrocando... A cordeona corcoveava e soprava um vento em açoite O gaiteiro era o Adalberto lá do corujão da noite Dancei só duas vaneras me acertei logo co'a Ruana Que me largou mais solado do que couro de banana De guaiaca "quaje" seca e com a alma renovada Beijo a Ruana... Encilho o mouro E saio ao tranquito na estrada... Me vou pensando na Ruana centauro do campo aberto... E ainda escuto lá longe uma vanera do Adalberto Já saímo se acrocando...