A lua matreira andante alpedo Em volta em segredos de pele prateada Passeia no pago nessa noite fria Rondando bravia pela madrugada. E a estrela boiadeira la no infinito Ao despacito já parou rodeio Pra outras estrelas fez o sinuelo E sem muito atropelo ao tranquito se veio. Assim nessa hora lá pelos puleiros Os galos parceiros ajoujam poesias Despertam o pampa num ritual de festa Fazendo serestas anunciam o dia. O vento minuano vem cortando coxilhas Embala as flexilhas la na invernada Num trote mui lento cortando distancias Repontando ânsias nessa cavalgada. A brisa que sopra buscando atalhos E gotas de orvalho parecem cristais No catre do campo uma rude imagem Beijando a paisagem entre os pastiçais.